Música Reflexão e Opinião

| “Então é Natal e o que você fez…”

Somos feitos de memórias afetivas, e para muitos de nós, essas memórias têm uma trilha sonora especial. Quando o fim do ano se aproxima e o espírito natalino invade as ruas, shoppings e vitrines, somos transportados para um universo de lembranças — e, para mim, algumas delas vêm da música.

Como alguém da época do saudoso K7 (sim, entreguei minha idade!), cresci ouvindo em casa o famoso álbum de Natal da Simone, 25 de Dezembro, lançado em 1995. Esse disco icônico, com 11 canções natalinas interpretadas pela cantora, foi um sucesso absoluto, vendendo mais de 1 milhão de cópias. Simone, que nasceu no próprio dia de Natal em 1949, tornou-se parte das celebrações de fim de ano de muitas famílias brasileiras.

O álbum traz clássicos como Bate o Sino e Noite Feliz, mas foi Então é Natal, com letra em português de Cláudio Rabello, que atravessou o tempo — para a alegria de alguns e o desespero de outros. Ainda assim, esse disco, para mim, é muito mais do que melodias ou letras; ele carrega memórias.

Lembro-me das vésperas de Natal na infância, com meus pais e minha irmã, arrumando a casa e preparando a ceia ao som desse álbum no nosso K7 player. Com o tempo, trocamos a fita pelo CD, e hoje, com o streaming, ele continua lá, nos acompanhando no mesmo ritual de preparar o Natal em família.

Eu sei, muitos não suportam Então é Natal, mas as memórias afetivas não escolhemos — elas simplesmente nos habitam. Alguns têm o hábito de montar e enfeitar a árvore de Natal, outros de enfeitar a casa com luzes que remetam o Natal, nós, ouvimos o álbum de Natal da Simone, e tudo certo, afinal: “Então é Natal…”

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